Com representatividade de quase 7%, migrantes na Procergs trazem vivências que estimulam e refletem a diversidade da empresa
No Dia Internacional do Migrante, funcionários naturais de outros estados compartilham suas histórias até chegarem ao RS
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As migrações e os fluxos migratórios são uma realidade muito antiga e verificada em praticamente todas as sociedades. Adotada pela OIM (Organização Internacional dos Migrantes, agência relativa da ONU) desde 1990 e comemorada desde o ano 2000, a data de 18 de dezembro, Dia Internacional do Migrante, reforça o sentido de que a migração humana traz benefícios para toda a sociedade, sobretudo quando é feita de forma ordenada. A diversidade cultural é um dos maiores benefícios proporcionados por aqueles que, por quaisquer tipos de motivos, migraram para outras terras.
Com um corpo funcional que atualmente é de 1.261 colaboradores, sendo 1.202 funcionários (concursados e alguns cargos em comissão) e 59 estagiários, a Procergs tem hoje em seus quadros 87 trabalhadores que não são naturais do RS. Um contingente de 6,89% de participação e pluralidade que se refletem no dia a dia da empresa. Inclusive com a presença de diretores naturais de Brasília (DF) e de Goiânia (GO), respectivamente, na DAF (Diretoria Administrativo-Financeira) e na DSTR (Diretoria de Sistemas Transacionais).
Jaime Costa, coordenador da Comissão de D&I (Diversidade & Inclusão), destaca o acréscimo para a organização como um todo. “A Procergs enaltece as contribuições de tantos colegas que vieram de outros estados para trabalharem na nossa empresa, trazendo com eles sua bagagem cultural, suas experiências de vida distintas, seus sotaques e hábitos peculiares. Tudo isso enriquece a nossa diversidade cultural e contribui para a produção de soluções mais inovadoras e inclusivas”, diz ele.
Seja quem veio diretamente para ingressar na empresa, seja quem veio antes por outros fatores, os migrantes da Procergs partilham experiências sobre alguns aspectos do processo de adaptação cultural. Os critérios de escolha dos funcionários entrevistados foram dois: a maior distância de sua terra natal para o Rio Grande do Sul e, depois, a disponibilidade deles em fazer o compartilhamento de suas vivências.
Da Região Norte
Natural de Macapá (AP), a analista de computação na Área de Meio Ambiente e Agricultura (AMA) Marcela Tenório explica que sua maior dificuldade de adaptação foi o clima. “Venho de um estado que é bastante quente e, em Porto Alegre, às vezes vem uma brisa que faz bater o queixo. Meus colegas acham engraçado e ficam dizendo que que está calor, mas 24° no Amapá é frio para usar casaco. Nem vou falar do inverno, pois esse, sim, me faz nem conseguir andar na rua. Também tive de me adaptar à culinária porque é bastante diferente lá do Norte”, comenta ela.
Sem parentes gaúchos, antes da Procergs, Marcela não havia tido contato nem com o Estado do RS nem com a cultura dele. Porém, em dois anos, a analista confessa que se encantou com muitas coisas. “O que mais gosto de viver no RS, além da convivência das pessoas que conheci, são os lugares abertos, orlas e parques. Gosto da variedade de lugares, pois tem para todos os gostos. Logo serei vista tomando um ‘chimas’ na ‘redença’ e falando ‘égua, mana! bah!’”, diverte-se a macapaense Marcela sobre as expressões regionais que são equivalentes. Para quem nasce no Amapá, “égua” funciona para quase tudo assim como o “bah” dos gaúchos.
Quem também ingressou na Procergs a partir de 2024 e nasceu na Região Norte do Brasil é André Dias, analista de computação na Área de Trânsito (AT2). Ele é natural de Marabá (PA) e, por ser filho de militar, a adaptação a novos destinos (cidades ou estados) sempre fez parte da sua vida devido às transferências do Exército. “Nasci em Marabá, no Pará, e morei em outros estados, como Paraná e Bahia, até chegar a Santo Ângelo (RS). Depois disso, passei alguns anos em Panambi e Santa Maria, até acabar me estabelecendo em Porto Alegre. O fato de a família ser gaúcha ajudou bastante nesse caminho”, revela o marabaense André.
Ele destaca o quanto viver em lugares diferentes lhe ensinou algumas coisas desde cedo como, por exemplo, a educação, o respeito e a saber evitar conflitos. “São valores que funcionam em qualquer lugar. Além disso, observar os costumes e entender a cultura de cada cidade faz muita diferença. Até entre locais do interior, às vezes, a mesma pergunta pode ser entendida de formas bem diferentes”, pondera o analista.
Da Região Nordeste
Natural de Crateús (CE), Rodrigo Sampaio, analista de computação na Área de Trânsito (DTR/AT2), diz não ter encontrado maiores dificuldades na adaptação à cultura gaúcha mesmo sem ter raízes familiares no estado. “A integração ocorreu de forma natural, com boa receptividade por parte das pessoas. Gosto especialmente da organização, da qualidade de vida, do acolhimento e a valorização da cultura local”, destaca ele sobre o quão positiva tem sido sua experiência com o RS.
Além disso, Rodrigo elogia o clima organizacional encontrado na Procergs por ser colaborativo e propício ao aprendizado. “Isso contribui para o desenvolvimento profissional e para a realização do trabalho com qualidade” avalia o crateuense.
Da Região Sudeste
Natural de Ecoporanga (ES), a advogada na Assessoria de Gestão Trabalhista (AGT) Silvia Baeta diz que encontrou um ambiente de trabalho muito acolhedor e descontraído. “Tive a sorte de sempre trabalhar com pessoas muito competentes e comprometidas. Tenho um carinho muito especial por todos os colegas da AGT. Não tive muita dificuldade na adaptação cultural porque eu gosto muito de mudanças. Fui muito bem-recebida pelas pessoas no geral e pelos colegas da empresa.”, comemora a advogada que já está em sua 30ª casa ao longo da vida.
Silvia se mudou para Porto Alegre ao ser nomeada para a Procergs em janeiro de 2023. Ela não tem nenhum familiar gaúcho, mas sim alguns amigos capixabas que já moravam por aqui. “Uma das coisas que eu mais gosto em Porto Alegre é a forma como os gaúchos ocupam os espaços públicos: a celebração do aniversário no parque, o churrasco na praça. Isso não é muito comum nos outros lugares que conheci e acho que acaba fortalecendo a relação de pertencimento com o lugar”, ressalta a ecoporanguense.